Projetar um produto que esteja dentro do conceito de sustentabilidade para este segmento da indústria passa pela estreita relação com valores simbólicos e de identidade. Uma questão fundamental para a construção de um novo consumo é “Eu necessito deste produto ou serviço?”, as pessoas “verdes” possuem diferentes valores, expectativas, e visões de produtos.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Akatu, Market Analysis e Instituto Ethos (2007) apontou que 33% dos consumidores adotam atitudes conscientes na hora das compras e 67% têm assimilação dos valores do consumo consciente. Nesse contexto, as empresas de bens de consumo perceberam que, além de programas de sustentabilidade para processos, era preciso criar produtos “verdes” – que diminuam o impacto ao meio ambiente.
Mas, segundo a mesma pesquisa, 36% dos brasileiros acreditam que tudo que é feito a partir de material reciclado possui qualidade inferior ao que é produzido com a matéria-prima virgem. Por isso, muitas vezes, a indústria têxtil omite a origem da matéria-prima.
Apenas 6% do total de consumidores brasileiros aceitam este tipo de produto. Por isso este tipo de material é direcionado para uniformes e roupas profissionais. Há por parte dos consumidores uma preocupação com a questão da usabilidade, da percepção sensorial da peça, já que desempenha o papel de interface entre corpo e ambiente.
A Teka, segunda maior fabricante de artigos de cama, mesa e banho da América do Sul, investiu mais de US$ 8 milhões nos últimos dez anos para a preservação da natureza. No ano passado, a empresa lançou no mercado a Linha Natural composta por toalhas de banho e jogos de cama. Produzida com 35% de fibras de bambu e 65% fibras de algodão, a linha foi desenvolvida para o mercado de produtos ecologicamente conscientes. A companhia possui certificação ecológica internacional alemã – Öko-tex Standard 100, que garante que seus produtos passam por processos que não prejudicam o meio ambiente.
Um exemplo bem-sucedido de uma empresa focada 100% no mercado de consumidores conscientes é o da Goóc, pertencente ao Grupo Domini. A produção de calçados e bolsas de calçados feitos a partir do reaproveitamento de pneus descartados, não degradáveis e altamente nocivos ao meio ambiente, fatura R$ 50 milhões por ano. Desde 2003, as três fábricas do grupo já consumiram 1 milhão de pneus usados. Em expansão internacional, a Goóc está presente em 16 países.
Por: Agenda Sustentável
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