Por Larissa Linder, especial para o Estadão.edu
O currículo de moda no País está ficando menos tecnicista. Disciplinas como sociologia, psicologia do consumo têm ganhado espaço cada vez maior, segundo Eloize Navalon, coordenadora do bacharelado em Design de Moda da Anhembi Morumbi. A opinião também é compartilhada por outras pessoas da área, como Maria de Fátima Mattos, organizadora do Colóquio de Moda Anhembi Morumbi.
Os especialistas também destacam outras mudanças na área de ensino de Moda no Brasil, como o aumento da pesquisa acadêmica. “Para ter uma noção, no primeiro Colóquio que organizamos, recebemos 52 trabalhos, enquanto neste (o sexto) foram 298”, conta Eloize.
Para o italiano Enrico Cietta, economista especializado em Moda, que foi palestrante no evento, mudanças mundiais no ramo também têm acontecido e transformado a questão do ensino. Uma delas é o fato de o estilista ser cada vez menos a figura central das marcas. “Há muitas grifes italianas das quais nem sequer sabemos quem é o designer das roupas. Hoje o trabalho é muito mais de um grupo do que de uma pessoa”, avalia. Por mudanças como essa no mercado e na percepção do consumidor, segundo Cietta, o ensino de Moda tem sido muito mais holístico, menos focado apenas na questão do desenho, por exemplo.
Entretanto, Maria de Fátima e Eloize concordam que os alunos que chegam às universidades brasileiras não estão preparados para todas essas novidades. “Eles ainda pensam só no mundo do glamour, querem ser um John Galliano”, diz Eloize. “Mas a moda é muito maior que isso: tem pesquisa acadêmica, tem área têxtil, tem moda funcional, entre muitas outras coisas”.
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